Olá, me chamo Deise Thalita, tenho 31 anos, sou fisioterapeuta, casada, sem filhos até o momento, tenho o diagnóstico de Trombocitemia Essencial.
A doença é pouco falada. Poucos sabem da sua existência. Muitas vezes me senti só, no sentido de não encontrar outras pessoas com o mesmo diagnóstico. Por isso resolvi compartilhar minha história.
Se trata de uma doença mieloproliferativa, em algumas pessoas, se apresenta de forma assintomática. A medula óssea faz uma produção excessiva de plaquetas, e com isso, o risco de eventos trombóticos.
Descobri a doença em março de 2015, meses antes de me formar e casar.
As suspeitas começaram a surgir, após exames de rotina. Fechamos o diagnóstico após realizar exames mais específicos, como o mielograma.
Foi um choque receber o diagnóstico, afinal, estava em uma etapa muito importante da minha vida. Mas não tinha tempo a perder. Cheguei a fazer 2 milhões de plaquetas. Ao iniciar o tratamento, recebi orientações de que não poderia engravidar fazendo o uso da medicação. A mesma poderia causar má formação no bebê.
Segui por muitos anos apresentando sintomas leves, que alguns médicos que me acompanharam, diziam que não tinha relação com a doença. Mas sempre estiveram presentes no decorrer da minha vida. Os sintomas mais frequentes foram, enxaqueca, dores em articulações, alteração no fluxo menstrual, e fadiga.
Hoje, ao planejar engravidar, mudamos a medicação para o controle da doença. Mas essa semana descobri que a mesma está em falta no mercado. Sigo usando apenas a outra medicação, com as plaquetas controladas.
Estou aguardando retorno do laboratório pra saber se há uma posição quanto ao retorno da medicação no mercado, e dar continuidade no plano de ter um filho em breve.
Tento levar uma vida saudável, me alimentando da forma mais natural, e fazendo exercícios. Além de fazer psicoterapia pra ajudar a entender as emoções que um tratamento como esse pode trazer.