E aí Michelle, beleza? Até que enfim vamos conversar sobre algo que eu já ouvi falar! Minha avó sempre contava sobre uma tia dela que não batia bem da cachola, que era meio esclerosada…
Nada disso! O termo esclerosada, nesse caso aí, foi usado de maneira pejorativa para falar de uma pessoa que possui demência ou doença psiquiátrica, o que não é legal.
O termo esclerose, em si, significa cicatriz, sendo a esclerose múltipla uma doença caracterizada por múltiplas cicatrizes no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) em decorrência de um processo autoimune.
Eita Michelle, essa tal autoimunidade é quando nosso sistema de defesa ataca o próprio corpo neh?
Isso, e no caso da esclerose múltipla, o ataque é direcionado a uma substância chamada mielina, que recobre nossos nervos aumentando a velocidade de transmissão do impulso nervoso.
Dependendo da região onde ocorre o dano no sistema nervoso central, os sintomas podem variar muito de paciente para paciente, podendo ocorrer perda de visão, perda de coordenação, falta de controle da bexiga, visão dupla, fadiga…
Nossa, varia mesmo… E essa doença é hereditária?
Não necessariamente, o fator genético contribui, mas não é determinante. Por exemplo, um filho cujo pai tem esclerose múltipla, tem apenas 5% de chance de vir a apresentar a doença também… Na verdade trata-se de uma doença multifatorial, onde há influência também do ambiente.
Aiai Michelle… Como assim?
Estudos mostraram que pessoas que vivem em regiões com menor exposição à luz solar estão mais propícias a desenvolver a doença, mas isoladamente esse fator também não é determinante. Ou seja, a esclerose múltipla é causada por um somatório de fatores genéticos, ambientais e/ou biológicos.
Ah entendi… e tem cura?
Cura não, mas o diagnóstico precoce é importantíssimo e pode mudar o curso natural da doença. O tratamento medicamentoso pode ocorrer com o uso de imunomoduladores e outros fármacos que amenizem os sintomas, sendo importante também o acompanhamento não-medicamentoso (psicoterapia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e outros).
Ciência RARA