Meu nome é Bruna Trindade, tenho 36 anos. Moro no litoral norte de SP. Tenho 4 filhos.
O mais novo, Caio tem 2 anos e 3 meses. Nasceu de um parto demorado e sofrido, pesando quase 4 quilos, quebraram sua clavícula no parto, na cidade de Mogi das Cruzes SP, onde morava na época.
Como Caio nasceu praticamente na pandemia, todas as consultas de rotina e acompanhamento com pediatra dele foram adiadas.
Após 1 ano dele eu voltei ao litoral, de onde sou, e resolvi passar ele numa consulta com uma pediatra particular que eu já conhecia na minha cidade. E ali começa a história.
Ela já nos encaminhou diretamente pra um neuropediatra. Caio com seus 8 meses ainda não sentava e seu desenvolvimento era bem lento para a idade. Fizemos uma bateria de exames. Começaram as suspeitas para um erro inato do metabolismo. Alguns exames alterados. Outros muito alterados.
Começaram as sessões de fisioterapia. Caio tem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
Hoje com 1 ano e 3 meses de acompanhamento com geneticistas, neuropediatras ele ainda segue fazendo exames.
Estamos aguardando o resultado do exoma sair. Temos uma nova ressonância magnética de crânio para refazer agora em junho. A primeira deu uma alteração. Porém os médicos disseram que somente agora, após a segunda podemos dizer se é algo que tem que investigar ou algo que já não tem mais significância.
Minha vida mudou radicalmente. Nossas na verdade. A dos irmãos dele, os mais velhos, que me ajudam muito, também. De toda a nossa família. Que somos eu e meus 4 filhos.
Mas posso dizer que hoje sou uma pessoa melhor, independente do diagnóstico dele. Hoje eu vejo a vida de uma forma mais tranquila. Sem pressa. Hoje Caio se levanta (com apoio) e já arrisca alguns passos. E hoje eu sou uma mãe realizada pois como disse, independente do diagnóstico dele, o Caio veio para completar minha vida e me transformar em um ser humano melhor.
Cada dia é um novo dia.
Sem pressa. Tudo no tempo dele.
Foi muito difícil. Muitas noites sem dormir. Questionando por que? Por que Deus? Por que meu filho tinha que sofrer assim?
Mas vendo tantas mães que passam por questões parecidas e as vezes piores que a minha, e agradecendo, eu aprendi que não temos que questionar Deus e sim aceitar.