Lidar com uma doença crônica é uma jornada que envolve tanto o gerenciamento da sua saúde quanto a navegação pelo terreno emocional que a acompanha. Um dos obstáculos mais difíceis? Combater a vergonha desnecessária que pode surgir. Esteja você lidando com um novo diagnóstico ou já esteja nessa estrada há algum tempo, é crucial lembrar que suas experiências e necessidades são válidas. Vamos analisar alguns desses sentimentos comuns e por que eles são totalmente injustificados.
1) Precisar Descansar Mais do que os Outros
Primeiramente, vamos falar sobre descanso. No nosso mundo corrido, tirar uma pausa muitas vezes parece um luxo ou, pior, um sinal de preguiça. Mas aqui está a questão: quando se vive com uma doença crônica, o seu corpo está trabalhando dobrado. Apenas passar pelo dia pode ser como correr uma maratona. Precisar de mais descanso não é apenas aceitável; é necessário. Não se trata de ser fraco; trata-se de ouvir o seu corpo e dar a ele o que precisa para continuar. Portanto, da próxima vez que você precisar apertar o botão de pausa e descansar, lembre-se de que está fazendo exatamente o que o seu corpo precisa. E isso é algo para se orgulhar, não para se envergonhar.
2) Pedir Ajuda
Agora, vamos lidar com o grande desafio: pedir ajuda. Existe esse mito na nossa sociedade de que pedir ajuda é um sinal de fraqueza. Mas vamos mudar essa ideia. Procurar apoio quando você precisa é incrivelmente corajoso. Isso significa que você tem autoconhecimento e força suficiente para reconhecer seus limites. Seja pedindo a um amigo para fazer tarefas por você ou buscando apoio emocional, é uma maneira saudável de lidar com a sua doença. Lembre-se de que até super-heróis têm ajudantes. Você não é suposto fazer tudo sozinho.
3) Mudanças de Peso
As alterações de peso podem ser um assunto sensível, especialmente com toda a pressão da sociedade em relação à imagem corporal. Mas aqui está algo importante: as flutuações de peso podem ser uma parte completamente normal da convivência com uma doença crônica, seja devido à própria doença ou aos medicamentos envolvidos. O seu corpo está passando por muitas coisas, e essas mudanças são apenas mais uma coisa com a qual ele está lidando. Não é um reflexo da sua força de vontade ou estilo de vida. O seu valor não é medido pelo número na balança.
4) Usar Equipamentos de Auxílio na Mobilidade
Passando para os auxílios de mobilidade – coisas como bengalas, andadores ou cadeiras de rodas. Muitas vezes, há um estigma ligado ao uso desses dispositivos, mas vamos esclarecer: os auxílios de mobilidade são ferramentas de independência, não sinais de derrota. Eles estão lá para ajudá-lo a navegar pelo mundo com mais facilidade e fazer mais do que você ama. Usá-los não é sobre desistir; é sobre assumir o controle da sua mobilidade e da sua vida. Eles fazem parte da sua jornada, não uma limitação.
5) Não Ser Capaz de Trabalhar
Finalmente, vamos falar sobre não ser capaz de trabalhar. Em uma cultura que frequentemente associa nosso valor ao nosso trabalho, isso pode ser difícil. Mas aqui está a verdade: o seu valor como pessoa não está ligado ao seu emprego ou à sua produtividade. Doenças crônicas podem ser imprevisíveis e exigentes, tornando o trabalho regular difícil ou até impossível. Está tudo bem priorizar a sua saúde em relação a um emprego. Você não está decepcionando ninguém ao cuidar de si mesmo em primeiro lugar. A sua contribuição para o mundo não é definida apenas pela sua profissão.
CONCLUSÃO
Viver com uma doença crônica é uma jornada única que traz seu próprio conjunto de desafios. Mas a vergonha nunca deve ser um deles. Seja necessitando de um descanso extra, pedindo ajuda, enfrentando mudanças de peso, usando auxílios de mobilidade ou não podendo trabalhar, todos esses são aspectos da sua jornada, não razões para se envergonhar. Abrace a sua realidade com bondade e lembre-se: o seu valor é inerente, e as suas necessidades são válidas.