Essa semana a Sara faz 1 ano. Eu sabia que depois que ela nascesse minha vida mudaria, mas não imaginava o quanto.
Já na maternidade o primeiro susto, os médicos achavam que ela tinha alguma coisa no coração, vários exames e nada foi encontrado, fomos liberadas.
Chegando em casa fui direto para o postinho de saúde fazer o teste do pezinho, e começou aí nossas dificuldades. O enfermeiro não conseguia tirar o sangue do pé dela para fazer o exame. Foi pelo menos 30 minutos para conseguirmos completar a cartela.
Em menos de 1 semana recebo uma ligação: “Oi, aqui é do posto, você consegue trazer a Sara pra refazer o teste do pezinho?” E eu na maior inocência achando que foi pelo rapaz ter demorado pra coletar ou talvez por não ter sido sangue suficiente.
Alguns dias se passaram e uma agente de saúde apareceu no portão da casa da mãe, me chamando, dizendo que a enfermeira queria falar comigo, novamente eu muito inocente achando que era porque eu queria colocar o diu.
Ela da forma mais despreparada e sem conhecimento da doença me falou que minha filha tinha uma doença muito grave, que não sabia quantos dias de vida minha filha teria e que precisávamos ir até Florianópolis pra fazer exames para ter o real diagnóstico.
Só lembro de ter chorado dias até chegar o “grande dia” para irmos em Florianópolis.
Eu só conseguia sentir que a qualquer momento eu perderia alguém que amava muito e tinha acabado de conhecer.
Fizemos os exames e os médicos confirmaram o diagnóstico: Fibrose Cística. Eu não sabia o que era, nunca tinha ouvido falar, mas toda a equipe foi muito paciente e me explicaram tudo o que eu precisava saber.
Mesmo depois de tanta informação passada corretamente, exames e mais exames dizendo que a Sara tinha a saúde perfeita apesar do diagnóstico, eu passava noites do lado dela vendo ela respirar, fazendo inalações, dando medicamentos, e incontáveis dias levando e tentando aprender a fazer as fisioterapias respiratórias.
O mais difícil foi me ver como mãe aos 20 anos, sozinha em um hospital com minha filha de 1 mês sem saber como seria nossa vida dali pra frente.
Muitas vezes eu acho loucura, mas desde a gravidez eu já sabia que a minha Sara era especial. Ela conversava comigo nos meus sonhos e sempre me falou que ela tinha me escolhido pra ser a mãe dela porque ela sabia que só eu daria conta, só eu saberia como lidar com tudo isso. E hoje só tenho a agradecer por ela ter vindo ao mundo e por ter a certeza de que nunca vou desistir dela, ela se tornou minha vida, e eu amo a demais.